A cúpula da Todeschini esteve em Encruzilhada do Sul na quarta-feira da semana passada, quando participou de uma reunião no Centro Administrativo com a prefeita Laíse de Souza Krusser; chefe de Gabinete, Alaur Soares; secretária de Indústria Comércio Mineração e Turismo, Maria da Glória Oliveira Tutenhagen Lopes; assessor Alvino Silveira Machado e o presidente da Câmara de Vereadores, Fabiano Soares de Freitas. Na pauta do encontro o investimento de R$ 280 milhões que a Todeschini fará numa nova unidade industrial já denominada de Pamplac. Aqui estiveram José Eugênio Farina, presidente do Conselho Consultivo; João Farina Neto, diretor-presidente da Todeschini S/A; Paulo Farina, diretor-presidente da Móveis Carraro; Jorge Alberto Pallastrelli, diretor-industrial da Todeschini S/A e Valério Griffante dos Reis, supervisor de serviços gerais agroflorestal.
O Grupo Todeschini foi fundado em 1939, tem sede em Bento Gonçalves e através de suas várias marcas comerciais de móveis atinge todas as classes sociais. Com 1.700 funcionários, faturou em 2013, R$ 889 milhões. Tem duas áreas industriais em Bento Gonçalves, com 54 e 55 mil metros quadrados. Também integram o Grupo, a Todesflor (destinada ao plantio de eucalipto, pinus e acácia) com 13.700 hectares distribuídos por Cachoeira do Sul e Encruzilhada do Sul e a Todesmate, serraria em Cachoeira do Sul. O Grupo ainda possui 7.200 hectares de soja e milho na Bahia, através da Grato Agropecuária.
PAMPLAC: Com esta nova unidade fabril o Grupo Todeschini quer se tornar autônomo no abastecimento de sua principal matéria-prima, o MDP (sigla em ingês para Medium Density Particleboard), chapas de fibra de madeira de média densidade, para abastecer a fábrica de móveis planejados em Bento Gonçalves. As chapas terão espessuras entre 5 e 40 mm admitindo vários acabamentos.
Atualmente a Todeschini compra de terceiros, no RS e em outros Estados, as 600 toneladas que processa por dia do produto em suas indústrias em Bento Gonçalves. O projeto da nova fábrica chega a R$ 280 milhões e vai gerar 371 empregos diretos. A produção será alimentada pelos 13.700 hectares de florestas próprias da empresa, localizadas em Cachoeira e em Encruzilhada do Sul. Deste total, 9,5 mil hectares estão em Encruzilhada do Sul.
Conforme o cronograma apresentado por Pallastrelli, a Pamplac entra em operação no ano de 2017 utilizando 5,5 megawatts de energia elétrica, quantidade que nos anos seguintes subirá para 10 megawatts. Durante a instalação da unidade industrial serão gerados cerca de mil empregos diretos e indiretos. Ainda segundo o diretor-industrial da Todeschini, serão necessários 50 hectares para a Pamplac.
IMPASSE EM CACHOEIRA DO SUL: A opção inicial da Todeschini para implantar a Pamplac é por Cachoeira do Sul em função da existência da serraria naquele município. No entanto a grande quantidade de energia elétrica necessária ( 10 megawatts), indisponível naquele município, levou a direção a aceitar o convite feito pela prefeita Laíse de Souza Krusser. “Convidamos os representantes do Grupo para mostrarmos à eles nosso interesse em sediar o investimento, bem como conhecer os requisitos necessários “, explica a prefeita.
A direção da Todeschini já manteve contato com a CEEE quando consultou sobre a possibilidade da estatal duplicar a linha de transmissão de Camaquã até Encruzilhada do Sul. No entanto a CEEE não manteve interesse e sugeriu que a obra, avaliada em cerca de R$ 30 milhões, fosse feita pela Todeschini. O alto valor além do tempo necessário para a execução do trabalho, levou a indústria a descartar tal possibilidade.
Sem energia disponível , atualmente, tanto em Cachoeira do Sul como Encruzilhada do Sul, o plano da Todeschini é puxar energia a partir da linha de transmissão de alta tensão da Eletrosul, que passa nos dois municípios. Já foi feita uma consulta ao Ministério das Minas e Energia sobre tal hipótese e a resposta será informada à Todeschini provavelmente ainda esta semana. Neste aspecto Encruzilhada do Sul está em desvantagem pois a rede passa a 9 km da área em Cachoeira do Sul onde inicialmente a Todeschini planeja instalar a Pamplac.
MOBILIZAÇÃO POR MAIS ENERGIA: Diante da carência de energia elétrica disponível em Encruzilhada do Sul, a prefeita Laíse de Souza Krusser vai iniciar uma mobilização em busca de investimentos no setor. “Sem a energia não conseguimos atrair investimentos e nossa busca se dará em duas frentes: junto a CEEE e em Brasília”, mostra a prefeita.