Na quarta-feira da semana passada, um grupo de Encruzilhada do Sul esteve visitando as instalações da Celulose Riograndense em Barra do Ribeiro e, posteriormente, em Guaíba. A viagem foi organizada pela Secretaria Municipal de Cidadania e Inclusão social como uma ação do Pronatec. Os alunos do curso de identificador florestal, do Pronatec, juntamente com o professor José Müller, integravam o grupo que também era composto pela assistente social Cleusa Müller da Rosa e psicóloga Patrícia Hony, da Secretaria de Cidadania; secretária de Indústria Comércio Mineração e Turismo, Maria da Glória Oliveira Tuhtenhagen Lopes; assessor da Indústria e Comércio, Alvino Silveira Machado; Anelise Amaral Franco, atendente da agência do SINE e Paulo Alexandre da Rosa, presidente da ACI.
A visita começou na Fazenda Barba Negra, em Barra do Ribeiro, onde os encruzilhadenses foram recebidos por Cláudio Moura e Daniel Andriotti. Na Fazenda funciona o viveiro da Celulose Riograndense. O engenheiro agrônomo Cristian Minetto é o responsável pelo viveiro, considerado o maior da América Latina. Ele mostrou ao grupo, as fases do processo que produz as mudas utilizadas em todas as plantações da Celulose Riograndense no Rio Grande do Sul. “São 60 mil mudas a cada dia” disse Cristian.No entando, devido a expansão da planta industrial em Guaíba este número deverá ser duplicado. No viveiro trabalham 100 pessoas das quais 85% são mulheres.
A Fazenda Barba Negra é um exemplo de que é possível conciliar desenvolvimento econômico e social e respeito à natureza. Em seus 10,6 mil hectares coexistem, de forma integrada, o viveiro de produção de mudas, uma extensa área de preservação ambiental (cerca de 2 mil hectares) e outra de silvicultura planificada.
A bela Casa Grande, sede da Fazenda e que foi construída no século 18 é preservada pela Celulose Riograndense. O local encantou os visitantes com sua arquitetura portuguesa, típica do século 18, paredes de pedra, cômodos amplos, pé-direito alto, janelões panorâmicos e azulejaria portuguesa. Seu primeiro dono foi o espanhol João Gonçalves Salgado, sucedido pelo filho, o Cônego Salgado e posteriormente pelas famílias Chaves Barcelos e Cirne Lima até que em 1972 a Fazenda terminaria vinculada a empreendimentos industriais de grande porte.
No fim do século 18 e início do século 19 foi um período de prosperidade para a pecuária rio-grandense, época em que se estruturou e desenvolveu a indústria do charque. A família Salgado, então, demonstrava uma situação de indiscutível abastança, possuía inúmeros escravos. A senzala, que ocupa o subsolo da Casa Grande está preservada, e nela os visitantes puderam conhecer um pouco sobre a situação vivida pelos escravos.
INVESTIMENTO DE R$ 6 BILHÔES
Depois da visitar a Fazenda Barba Negra pela manhã, o grupo de Encruzilhada do Sul foi até a fábrica da Celulose Riograndense em Guaíba. Logo após o almoço, Daniel Andriotti realizou uma palestra quando abordou aspectos históricos da indústria, criada em 15 de março pela norueguesa Borregaard, passando desde então por vários controles acionários até o atual, um grupo chileno. O projeto Guaíba 2, que está com 82% das obras concluídas é o maior investimento privado da história do RS: são R$ 6 bilhões.
A produção de celulose da empresa chega atualmente a 450 mil toneladas ao ano. Após a expansão a Celulose vai acrescentará 1,3 milhão de toneladas ao ano na produção. Por conta da ampliação, cerca de 9 mil empregos diretos e 26 mil indiretos foram criados. Das 350 empresas que estão trabalhando nas obras, 172 são gaúchas.A conclusão está prevista para abril do próximo ano e a inauguração oficial em setembro com a presença da presidente Dilma Rousseff.
Concluindo a visita, os encruzilhadenses percorreram, de ônibus, parte das obras, quando puderam comprovar visualmente o gigantesco projeto.