A Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) se reuniu nesta quinta-feira, 18, em Santa Cruz do Sul, para definir as pautas que serão discutidas em audiências junto ao governo do Estado. Uma das reuniões, que ainda não tem data definida, será com o o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis. No encontro, em Porto Alegre, apresentado o Plano Regional de Saúde.
O documento será criado a partir de uma reunião, na próxima segunda-feira, entre os secretários municipais de Saúde e a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde. Na oportunidade, será feito o levantamento que vai indicar as necessidades de manutenção e fortalecimento dos serviços de referência.
Na audiência com o secretário, os prefeitos também devem questionar como serão tratados os hospitais da região e qual o projeto do Estado para o Vale do Rio Pardo. “Nossa certeza é de que os problemas dos municípios com a saúde são muito parecidos. Queremos no mínimo a manutenção dos recursos do Estado e o fim dos atrasos destes repasses”, adiantou o presidente da Amvarp e prefeito de Venâncio Aires, Airton Artus. “As despesas estão aumentando e os municípios não têm mais o que fazer. Os hospitais precisam sobreviver”, concluiu.
No mês passado, um protesto de dirigentes de hospitais de diferentes cidades do interior e funcionários da saúde, em frente ao Palácio Piratini, pediu que o governo apresente uma proposta de pagamento dos repasses por atendimento pelo SUS. O movimento contou com a participação do secretário municipal de Saúde de Encruzilhada do Sul, Pedro Paulo Santos Soares. Segundo a Federação das Santas Casas e dos Hospitais Filantrópicos do RS, que representa 245 estabelecimentos no Estado, sem acordo as casas de saúde buscarão reduzir o volume de atendimento pelo Sistema Único em quase 9% este ano. Será o equivalente a 4,6 milhões de procedimentos a menos, entre exames e diagnósticos, principalmente, ambulatoriais e internações.
Em Encruzilhada do Sul, o Hospital Santa Bárbara reclama de atrasos e do corte no repasse do cofinanciamento da saúde. O HSB recebeu, por exemplo, 50% a menos do valor do teto da Média e Alta Complexidade (MAC) previsto para abril. Segundo ele, R$ 90 mil deixarem de ser pagos à instituição.
Se não houver mudança, o hospital já pensa em suspender o contato com o fornecedor de um novo tomógrafo orçado em mais de R$ 500 mil. O equipamento que vinha sendo utilizado acabou estragando e o novo seria financiado ao longo de oito anos. Se o governo do Estado não retomar a normalidade dos repasses, o HSB já analisa a redução de atendimentos e demissão de funcionários, que pode chegar a até 20% do atual quadro de 100 colaboradores.
ESTRADAS
Nessa quinta-feira a Amvarp também definiu a pauta de outra audiência no governo do Estado, com o secretário estadual dos Transportes e Mobilidade, Pedro Westphalen, marcada para o próximo dia 30. Na Capital, os prefeitos da região vão questionar a atuação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), amparados na preocupação com as condições das estradas da região.