Nessa quinta-feira, 2, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) sediou a reunião regional do Plano Energético do Rio Grande do Sul, estudo que vai projetar a demanda de energia e os gargalos que precisam ser enfrentados para garantir o abastecimento continuado e de qualidade ao longo da próxima década no Estado.
O encontro foi conduzido pelo secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, e contou com a presença de diversas lideranças do Vale do Rio Pardo. Entre elas, a prefeita de Encruzilhada do Sul, Laíse de Souza Krusser. Laíse falou sobre o potencial do município na produção de energia eólica e a partir da biomassa, através dos cavacos de madeira gerados pela indústria do setor.
A chefe do Executivo lembrou, no entanto, dos entraves ambientais e logísticos que dificultam especialmente a adoção do sistema baseado na força do vento. Laíse ressaltou a importância da elaboração do plano. “Conseguimos, com este aprofundamento, identificar novas oportunidades para o município, com alternativas que podem ampliar nossa capacidade energética”, afirmou.
O secretário Redecker disse que o objetivo dos encontros, como o que ocorreu na Unisc, é escutar as reivindicações da sociedade a serem incluídas no plano, que é pioneiro e deverá ser apresentado aos gaúchos no começo de 2016, para conduzir os investimentos necessários no setor para o decênio 2016-2026. “O Plano Energético também vai deixar claro onde está o potencial para a geração de energia no Rio Grande do Sul e quais os energéticos que podem ser mais bem explorados”.
Hoje, por exemplo, o Estado dispõe de mais de 80% das reservas de carvão mineral do País, mas a fonte não vem sendo usada plenamente em benefício do desenvolvimento gaúcho. Da mesma forma, ainda são poucas as iniciativas na exploração de energia solar, da biomassa, de energia a partir do lixo, entre outras.
Redecker complementou dizendo que a Secretaria de Minas e Energia (SME), com o Plano Energético, dá início a um planejamento que há muito tempo se espera e que nunca foi colocado em um documento. “Ele vai ficar à disposição da sociedade e servir de referência para os próximos governos”, concluiu.
RURAL
Durante a reunião, um dos temas mais lembrados foi a importância do desenvolvimento da eletrificação rural, ainda um dos principais entraves para o desenvolvimento do interior nos municípios gaúchos. De acordo com o secretário, a solução para a falta de energia no campo é de médio e longo prazo. Conforme ele, a SME está trabalhando junto com outras secretarias na elaboração de um programa para levar energia trifásica para o campo, sem onerar o agricultor.
A intenção é que o programa esteja em funcionamento a partir de 2017. “A balança comercial é sustentada pelo agronegócio. Não podemos nem iremos dar as costas a este setor, que sustenta nossa matriz econômica. Estamos debruçados na busca de uma solução, para que possamos levar energia de forma universal e com qualidade aos gaúchos”, afirmou.