Após retornar de pequeno período de férias, a prefeita Laíse Gorziza de Souza esteve na Rádio Encruzilhadense, na manhã da última sexta-feira, quando foi entrevistada pelo jornalista Vanderlei Silva. A prefeita discorreu sobre vários assuntos, com destaque sobre sua decisão em não disputar o pleito deste ano, e ainda sobre aspectos relacionados a política partidária adotada por alguns oposicionistas, os quais não têm o bem comum como meta.
Laíse fez referência a críticas feitas ao governo, dizendo que as construtivas são naturalmente aceitas. No entanto ela também disse ter sido alvo de algumas mentiras, como por exemplo determinada postagem feita numa rede social recentemente. A prefeita disse que tal fato inverídico foi objeto de registro policial, sendo remetido ao Poder Judiciário, para as providências cabíveis.
A prefeita lamentou o comportamento de alguns vereadores os quais adotam como rotineiro, o posicionamento de confronto permanente com o governo. “Segundo a prefeita, ocasião ao conversar com um dos vereadores e perguntar sobre a motivação de tal posicionamento, recebi, como resposta, de que este era o papel da oposição”, disse Laíse, acrescentando que “não consigo me enquadrar neste sistema interiorizado por uma expressiva parte das lideranças políticas, para as quais o governo está sempre errado e a oposição sempre certa”. Ela garantiu que não vê estes vereadores como adversários, embora os mesmos não tenham a mesma posição. “Todos, situação e oposição, que são passageiros, devem sim é unir forças e trabalhar de forma real e objetiva pelo crescimento de nosso município”, destacou Laíse.
A prefeita mostrou que seu governo se caracteriza por ações em benefício da comunidade em geral, as quais independem de filiação partidária, ao contrário do que ocorreu em outras administrações do município. Ela citou como exemplos os programas Pró Estrada e Do Campo Para o Campo, que foram e estão sendo acessados de forma universal pelos encruzilhadenses.
Ao ser questionada pelo jornalista Vanderlei Silva sobre a eleição de outubro próximo, Laíse confirmou que não será candidata. Ela revelou ter comunicado tal decisão aos dirigentes do PDT há cerca de três meses , acrescentando que não pretende participar do processo que vai definir o candidato do governo a chefe do Executivo Municipal. A prefeita ainda disse que vai continuar na área pública, porém não em cargos eletivos. “Me apaixonei pela contabilidade pública e devo continuar trabalhando neste setor”, mostrou.
Sobre sua relação com o PDT, Laíse garantiu não ter nenhuma queixa com o partido. “Agradeço ao PDT, eis que o partido foi o instrumento que me proporcionou ser candidata, assim como o apoio da população que me levou a chefia do Executivo. “É uma experiência que levarei para a vida toda como um legado”, disse a prefeita.
Laíse revelou que chegou a pensar em se desligar do PDT como forma de implantar um governo apartidário, com apoio da maioria dos demais partidos, sempre visando o crescimento do município. No entanto, decidiu permanecer no partido ao sentir que a proposta de um governo suprapartidário não tinha chance de ser implantada, em função do posicionamento de lideranças de outras siglas.
CARNAVAL: Com relação ao cancelamento do desfile das escolas de samba e blocos carnavalescos, a prefeita Laíse voltou a destacar que o fato ocorreu em função da falta de recursos financeiros do Executivo Municipal. O auxílio concedido às entidades carnavalescas e a estrutura incluindo segurança, som e banheiros químicos chegava a cerca de R$ 120 mil. “Sabemos da importância do Carnaval, no entanto primeiramente temos de atender os serviços básicos , tais como saúde e educação”,declarou Laíse. Ela lembrou que situação idêntica ocorreu em cerca de outros 150 municípios do RS onde, conforme levantamento a FAMURS, não houve auxílio das prefeituras.
Já o cancelamento de bailes nos clubes sociais, é de responsabilidade única dos dirigentes de tais entidades.
A prefeita aproveitou a oportunidade e informou sobre alteração na lei relacionada às subvenções, a qual já deverá ser cumprida pelo próximo chefe do Executivo encruzilhadense. Atualmente as subvenções estão vinculadas ao gabinete do Executivo, e por isso sujeitas a liberação sem critérios claramente definidos. A partir de agora, o auxílio financeiro à entidades (incluindo escolas de samba e blocos, por exemplo) terá outro tipo de encaminhamento, ou seja: a Prefeitura fará uma espécie de “licitação” publicada em jornal, onde vai definir o tipo de produto que deseja contratar e as entidades que se julgarem aptas deverão se manifestar de forma oficial ao Executivo.
NOVOS CORTES: A crise da economia brasileira tem se refletido com mais intensidade nas Prefeituras, as quais dependem financeiramente, em grande parte dos repasses dos governos federal e estadual. A economia em queda tem diminuído os repasses, além de atrasá-los como é o caso, por exemplo, na área da saúde.
Na entrevista concedida na Rádio Encruzilhadense a prefeita Laíse comentou sobre a contenção de despesas, visando o equilíbrio financeiro do Executivo, incluindo cortes já realizados além de outros que estão sendo definidos. Todas as decisões são tomadas em conjunto por uma comissão integrada pela prefeita Laíse, chefe de Gabinete Odilka Soares, procuradora Kátia Louzada e os secretários da Fazenda, Saúde e Administração, respectivamente Luiz Ronaldo Martins, Fabiane Batista e Pedro Machado. Nos próximos dias haverá a publicação de um decreto com medidas de contenção de despesas em várias áreas.